O padre Alfar Antonio Vélez, é um
sacerdote colombiano, atualmente pároco em uma província de Chubut (Argentina).
No dia 25 de maio deste ano, fez uma surpreendente revelação. Por ocasião da
recente falha da Corte Colombiana que ao interpretar o art. 86 do Código Penal
determinou que as mulheres que ficaram grávidas após um estupro não seriam
punidas se fizessem aborto, o sacerdote decidiu abandonar sua discrição e
contar pela primeira vez sua história.
Sua mãe, natural de Antioquia na Colômbia,
era uma jovem de condição humilde, bonita e fiel a Deus. Por volta de 1968, aos
27 anos, foi para a capital Medellín, para estudar Medicina. Trabalhava duro em
uma empresa, para cobrir os estudos. Sozinha na cidade buscava fazer amizades
no círculo mais próximo. Certo dia, aceitou inocentemente o convite de uns
companheiros de trabalho para uma festa que fariam a ela. Não imaginava que
eles haviam lhe preparado uma armadilha: na festa, drogaram-na e, bêbados,
levaram-na a um lugar afastado onde estupraram-na repetidamente. Como
consequência, ela acabou engravidando, sem saber quem era o pai do bebê.
Deus seja louvado pelo dom da vida
deste sacerdote e de sua mãe, que foi verdadeira mãe e soube defender a vida
inocente que carregava em seu seio!
A partir de então sua vida teve uma
reviravolta. “Aquela conversa me marcou. Esse sacerdote acabou se tornando um
pai. E foi construindo em mim a obra de Deus, porque o Senhor se vale do homem
para salvar o homem. Comecei a dar valor à vida, a integrar-me com pessoas de
bem que valorizavam meu esforço para superar a situação. Cheguei a ser
catequista sem me dar conta de que Deus estava me preparando para escolher o
sacerdócio. Cheguei a ter uma namorada, ainda que a relação não fosse realmente
séria, até que decidi ingressar no seminário, falei com meu diretor espiritual
e acabei confirmando minha vocação religiosa. Compreendi que Deus tinha querido
que minha mãe não abortasse porque confiava em mim e desejava que, ainda que
fruto de um pecado muito grave, fosse Seu instrumento para chegar a tantas
partes, com sua luz, com sua graça e seu amor”.
Padre Vélez afirmou que se tivesse
que conversar com uma mulher que foi estuprada, “diria-lhe que Deus é o dono da
vida e que a fez instrumento de vida. Que a culpa é do violador, não da criança
que leva em seu seio. Acredito que a decisão de abortar chegará ao fim quando
pensarmos que toda vida é um presente de Deus, indo além de como foi concebida,
na dor, ou na alegria. Ele sabe o por quê e com o tempo a pessoa vai
descobrindo o para quê”.
Aos que acreditam que o aborto em
caso de estupro deve ser permitido, ele recordou que o ser humano é imagem e
semelhança de Deus e portanto “não temos direito a tirar a vida a nenhum
inocente porque ele não tem a culpa de como veio ao mundo”.
Profundamente religiosa e fiel às
convicções da fé decidiu não abortar. Assim deu à luz a Alfar Antonio Vélez.
Ele conta que sua mãe, no meio da dor e sem saber quem e
“Para minha mãe
foi seu máximo orgulho ter defendido a vida. Ela era uma mulher de muita fé,
muito praticante e muito santa. Dizia que, apesar de tão terríveis circunstâncias,
levava em seu seio um milagre de uma nova vida, uma vida que Deus havia lhe
dado e que, por suas convicções, não podia abortar. E que se Deus a havia dado, devia nela
encontrar sentido. De fato, os três anos que viveu comigo por causa de uma longa
enfermidade até sua morte, em 2009, foram para ela os anos mais belos de sua
vida. Sempre digo que a fé é o que de mais valioso possuímos, e que ainda que percamos tudo não podemos perder a
fé. Deus se vale de mim para fazer obras; eu sou apenas Seu instrumento. E se
Ele quer que meu testemunho ajude a recapacitar uma pessoa e salvar uma vida,
então esta entrevista terá valido a pena”.
Fontes consultadas:
www.acidigital.com/noticia.php?id=23669 e www.pr.gonet.biz
Para o pai, foi
pressionada pela família para que se casasse com um viúvo que, após o
matrimônio, a maltratou em várias ocasiões. Ao não poder separar-se, a mãe
ficou com seu marido e um segundo filho, enquanto ele foi enviado à casa de sua
avó. Aos 10 anos sua avó contou-lhe a verdade e sua reação foi de muita
severidade contra sua mãe. Ele narra: “Fui à Igreja para reclamar a Deus, para
perguntar-lhe porque a mim. Como eu Lhe falava aos gritos, veio um sacerdote e
me disse que estava formulando mal a pergunta: “Não é por que, mas sim para
quê”. Ele tinha fé que Deus, precisamente por causa de minha situação, estava
me chamando para coisas grandes... e que eu seria um instrumento Seu. Leu para
mim a passagem de Jeremias, em que Deus o chama, mas este resiste e o Senhor
lhe diz: “Não te preocupes, eu farei tudo por ti”.
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