A família precisa confiar em Deus e
abandonar-se aos seus cuidados:
“Não vos preocupeis por vossa vida, pelo que comereis, nem por
vosso corpo, como vos vestireis (…). Qual de vós, por mais que se esforce, pode
acrescentar um só côvado à duração de sua vida? (…). Não vos aflijais, nem
digais: Que comeremos? Que beberemos? Com que nos vestiremos? São os pagãos que
se preocupam com tudo isso. Ora, vosso Pai celeste sabe que necessitais
de tudo isso (…).” (Mt 6,25-34).
Quando Jesus deu esses ensinamentos, deixou-nos uma norma de
vida importantíssima: “viver um dia de cada vez”.
“Não vos preocupeis, pois, com o dia de amanhã: o dia de amanhã
terá as suas próprias preocupações. A cada dia basta o seu
cuidado.”(Mt 6,34).
Deus cuida de nós “a cada dia”, e não quer ver-nos ansiosos,
preocupados, inquietos e com medo do dia de amanhã. “A cada dia basta o seu
cuidado.”
Portanto, não fique hoje, “arrancando os cabelos” com as
preocupações de amanhã. O amanhã está nas mãos de Deus. Prepara-se bem para o
futuro, vivendo intensamente o presente, nada mais.
Ele nos ensinou a pedir ao Pai o pão “de cada dia”. Durante
quarenta anos ele alimentou o seu povo no deserto comendo “a cada dia” o maná
descido do céu. Deus nos quer confiando Nele todos os dias, “a cada dia”.
“Vou fazer chover pão do alto do céu. Sairá o povo e colherá
diariamente a porção de cada dia.” (Ex 16,4).
“Todas as manhãs faziam a sua provisão, cada um segundo suas
necessidades.” (Ex 16,21).
É nesta fé e confiança em Deus que a família deve viver, certa
de que receberá das mãos do Senhor tudo o que for necessário para o seu
sustento, superando todos os medos e tensões.
“A cada dia basta o seu cuidado.” Consagrada a Deus, a família
vencerá todos os seus problemas. A cada dia, de manhã e à noite, e também
durante o dia, gosto de voltar meu coração ao Senhor e consagrar-lhe a minha
casa. Nominalmente consagro minha esposa, e cada um dos nossos filhos,
rogando-lhes a graça da união, fidelidade, paz e bênçãos. Muitas vezes, a
consagro ao coração de Nossa Senhora, Mãe das famílias, para que estejamos
todos sob seu manto materno. Nas horas difíceis, gosto de repetir com confiança
aquela mesma oração que, desde o século III, os cristãos do norte da África já
rezavam, para se consagrar à Virgem Maria:
“Debaixo da Vossa proteção nos refugiamos ó Santa Mãe de Deus;
não desprezeis as nossas súplicas em nossas necessidades, mas
livrai-nos
sempre de todos os perigos; ó Virgem gloriosa e bendita.”
Maria Auxiliadora dos cristãos, rogai por nós!
Não deixo também de recomendar cada um de nós a São José, pai e
patrono da Igreja, como proclamou o Papa Pio IX em 1870. Ele que foi escolhido
por Deus para cuidar da Sagrada Família, cuidará também da nossa casa. Também
aos Anjos e Santos devemos recomendar o nosso casamento e os filhos, para que
estejamos todos debaixo da sua guarda e intercessão permanentes.
A família é a “igreja doméstica”, local de oração e “santuário
da vida”. Por isso, o lar deve ser sagrado. A casa deve ser abençoada por um
sacerdote, e suas paredes devem ser ornadas com belos e piedosos quadros de
Santos. Em cada casa há de haver um oratório, com belas imagens que nos
inspirem a oração e o amor àqueles que, como diz a Liturgia, “na presença de
Deus intercedem por nós sem cessar”.
“A Sagrada Família, ícone e modelo de cada família humana, ajude
cada um a caminhar no espírito de Nazaré; ajude cada núcleo familiar a
aprofundar a própria missão civil e eclesial, mediante a escuta da Palavra de
Deus, a oração e a partilha fraterna de vida! Maria, Mãe do belo amor, e José,
Guarda do Redentor, nos acompanhem a todos com a sua incessante proteção!”
(CF,23).
Prof. Felipe Aquino
Retirado do livro: Família, Santuário da Vida
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