Beatriz
nasceu em 1424 em Ceuta, Colônia africana de Portugal. Filha de nobre família,
era piedosa e meiga por indole, demonstrando desde a mais tenra idade,
inclinação para as virtudes e atração pelas coisas espirituais. Por volta dos
23 anos foi requisitada para ser Dama de Honra de sua prima Izabel, que iria se
casar com Dom João II de Castela. Mas o luxo das festas e banquetes da Corte
espanhola, com seus ricos vestidos e jóias, torneios e caçadas, não agradaram
Beatriz, que logo percebeu também um ambiente de ambição, inveja, ciúmes e
competições dissimuladas.
Afastou-se
de todas as futilidades e aplicou-se à caridade e oração. Passou então a ser
prestigiada e respeitada por todos. Mas não tardou que boatos maldosos tentassem
manchar sua ilibada pureza, modéstia e fidelidade. Por sua beleza tornou-se não
só alvo de disputas entre seus pretendentes, como de ciúmes das damas.
Surgiram, então, na rainha, devorada pela inveja, idéias fantasiosas acerca da
fidelidade conjugal do esposo, e dominada por estes sentimentos trancou Beatriz
em uma pequena arca, no porão do Castelo, com a intenção de matá-la asfixiada.
Sem
nenhum auxílio visível, Beatriz voltou-se com confiança para a Virgem
Imaculada, a qual tinha grande devoção. A Mãe do Céu apareceu-lhe afirmando que
sairia dali salva, pois estava nos desígnios de Deus que fosse instrumento para
fundar uma Ordem Religiosa com o fim de defender e honrar o Mistério de sua
Imaculada Conceição. Depois de 3 dias presa na arca, foi milagrosamente
encontrada viva. Deixou o Castelo e retirou-se durante 30 anos num Mosteiro
Cisterciense na Espanha; onde ocultou seu belíssimo rosto com um véu que jamais
retirou.
No
recolhimento e na oração preparou-se para a Obra que lhe fora encomendada e que
veio a realizar-se no ano de 1489, na cidade de Toledo, Espanha; com o apoio da
rainha Isabel, a católica, filha daquela que havia tentado tirar-lhe a vida.
Vários fatos milagrosos são relacionados à vida desta santa, como o
aparecimento e auxílio de São Francisco, Santo Antônio e de São Rafael Arcanjo,
que recuperou das águas do mar a Bula de aprovação da Ordem.
Em agosto
de 1490, entrava no Céu. Era o dia marcado para a Tomada de Hábito dela e de
mais 12 companheiras. Ao lhe retirarem o véu para lhe administrar a Santa
Unção, seu rosto irradiou grande claridade e na sua fronte apareceu uma estrela
que iluminou todos os presentes. Testemunhas deste fato foram seis frades
Franciscanos a quem nesse momento, Beatriz confiou a consolidação da Ordem que
estava nascendo.
Canonizada
pelo Papa Paulo VI em 1976, sua Festa é celebrada no dia 17 de agosto.
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