Assim dirige
São Paulo aos cristãos de Corinto: “Aos que foram santificados no Cristo Jesus,
chamados a serem santos, junto como todos os que, em qualquer lugar, invocam o
nome de Nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor deles e nosso” (1Cor 1,2). Todos os
que crêem em Cristo, seja de que povo for, são efetivamente “chamados a ser
santos”; o que, na linguagem do Apóstolo, significa sobretudo pertencerem,
serem consagrados a Deus mediante o batismo e, portanto, em força desta
consagração, tornaram-se pessoalmente santos.
Assim como a
salvação, a santidade é oferecida a todos os homens e mulheres, sem excluir
ninguém: “Sede santos, porque Eu, o Senhor teu Deus, sou santo” (Lv 19,2),
havia dito Deus ao povo de Israel; e Jesus, usando outras palavras, afirmou a
mesma coisa: “Sede perfeitos como o vosso Pai celeste é perfeito” (Mt 5,48).
Estas palavras, não foram dirigidas pelo Senhor a um grupo escolhido e
privilegiado; não as reservou apenas aos Apóstolos, mas pronunciou-as à
multidão que o seguia. Ele, o Santo por excelência, veio santificar todos os
homens e mulheres e a todos oferece, em abundância, os meios necessários, não
só para a salvação, mas também para a santificação: “Eu vim para que todos
tenham vida e a tenham em plenitude” (Jo 10,10).
Ao longo dos
séculos a Igreja não se cansa de repetir este ensinamento do Senhor. De modo
particular, o Concílio Vaticano II reafirmou a “Vocação Universal à Santidade: Todos na Igreja, quer pertençam à
hierarquia (bispos, sacerdotes, diáconos), quer sejam por ela dirigidos, são
chamados à santidade... O Senhor Jesus, mestre e modelo divino de toda
perfeição, a todos e a cada um dos seus discípulos, de qualquer condição,
pregou a santidade de vida, de que Ele mesmo é o autor e consumador” ( LG 39 e
40). Não pode o ser humano encontrar em si mesmo recursos e forças para
santificar-se; somente Deus é santo e somente Ele pode santificá-lo. O próprio
Deus quer ser o santificador dos seus filhos e, em Jesus, mestre e modelo de
santidade, oferece em abundância, a cada
ser humano, os meios para que se santifique.
Em outras
palavras, a santidade não é uma opção, quero ou não quero ser santo, mas é uma
obrigação, um dever! O verbo está no imperativo, portanto é uma ordem: “Sede
santos”, “Sede perfeitos”. Isto é, a santidade não é privilégio para algumas
pessoas, mas é um dever para todos.
Já que ser
santo é um dever para todos os batizados, quais os meios que devemos buscar
para o crescimento em santidade?
A prática
constante da caridade;
Amor gratuito
e universal;
Vida
sacramental, especialmente a Eucaristia (“Sem mim nada podeis fazer”);
Identificar-se
com a Palavra de Deus (acolher e praticá-la);
Docilidade à
ação do Espírito Santo;
Profunda vida
de oração, que brota do fundo do coração;
“Adoração ao
Santíssimo Sacramento, fonte inesgotável de santidade” (João Paulo II, Ecclesia
de Eucharistia, 10);
A alegria
vivencial da própria vocação, através do cultivo da vida interior.
Que Deus nos
conceda a graça da conversão diária, para que possamos crescer sempre mais em santidade,
assim seja!
Pe Narcizo Franco _ Capelão da Comunidade Sol de Deus
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