16 de julho de 2013

Viva o Preciosíssimo Sangue de Jesus



 Passamos o mês de maio dentro do Coração Imaculado de nossa Mãe Santíssima, e mergulhamos no mês de junho, no Sacratíssimo Coração de Seu Filho Jesus. E o artigo do mês passado afirmava: “Um Coração vivo com células pulsantes.” Pois é, e o melhor é que estas riquezas não param; são incontáveis. Melhor ainda é que neste mês de julho poderemos nos inebriar das graças do Preciosíssimo Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo.
     Santo Afonso Maria de Ligório disse: “O Verbo Eterno que nos queria totalmente dedicados a Ele, tomou um Coração semelhante ao nosso, um Coração que pudesse fornecer às suas veias o Sangue com o qual deveria nos resgatar. Ele não operou nossa Redenção ao preço de ouro e prata, (I Pd 1,18) disse o Príncipe dos Apóstolos, mas ao preço de Seu Sangue que de valor infinito”.
    A Igreja do Santo sepulcro de Neuvy, na França, possui desde 1257, duas gotas do Preciosíssimo Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo, recolhidas no dia de Sua Paixão no Calvário. Elas se encontram guardadas em um relicário mostrado na figura ao lado, tendo a forma de duas lágrimas coaguladas. Este Sangue Divino puro e sem mistura de água nem de terra é, com certeza, a mais preciosa relíquia do mundo.
    Deus que quer a salvação de todos os seus filhos (cf. I Tim 2,4) enviou Seu Filho em um corpo semelhante ao nosso para resgatar toda a humanidade.
     Jesus Cristo nos disse através do Evangelho de São João (cf. Jo 15,13) que “prova de amor maior não há que dar a vida pelo irmão”, e Ele, o próprio Criador de tudo, com Seu exemplo, fez valer estas palavras e resgatou a todos; pessoas de bem ou não, justos ou pecadores. A Sua morte é a nossa vida, e o preço de nossa libertação não foi baixo não, pois foi o Preciosíssimo Sangue de Jesus derramado na Cruz, e este Dom do Seu Sangue é a maior prova de amor que Jesus poderia ter dado, e nos deu.
    São Tomás de Aquino nos diz que bastaria uma única gota deste Sangue para resgatar o mundo, por causa dos méritos infinitos que Lhe conferia a união da Pessoa Divina do Verbo. E, no entanto, não foi somente uma gota derramada. Foi um rio que regou a terra desde o Jardim das Oliveiras (Getsêmani) passando pela Sua flagelação, sua Via Crucis até chegar ao Gólgota, onde transbordou até a última gota do Seu Sagrado Coração, aberto pela lança do soldado, para nos mostrar o ardor de Seu infinito Amor.
    Jesus quis que, pela chaga visível, conhecêssemos a chaga invisível, que o Amor Lhe fez. Quis que, o Seu Coração fosse aberto para pudéssemos penetrar n’Ele sem obstáculo algum e encontrar asilo e refúgio.
    “Ó Doce Chaga! Amável ferida do Salvador!” diz São Boaventura. Este Coração aberto para nós nunca mais se fechará. Que tesouro maravilhoso!
    Sobe a Tua voz ao Trono dos Céus pedindo compaixão e misericórdia a Deus ao ouvir Sua voz se enternece, aplaca Sua justiça e não nos olha senão com Amor. A Sua Morte dá a vida, as Suas Chagas curam e o Seu Preciosíssimo Sangue redime as almas!
    Que fecundo manancial de graças é o Vosso Sangue, que jorrado por nós prefigura todos aqueles favores de Misericórdia e de Amor Divinos! Busquemos pois, no Preciosíssimo Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo, os socorros de que precisamos: força para nossa fraqueza, luz para nossa cegueira, consolo para nossas aflições.
    Você pergunta: como buscá-lo?
    Meu irmão, é o Sangue do Coração de Jesus que ainda corre todos os dias no Cálice dos Altares e que dá a vida da graça. É sim, o Vinho Sagrado que regozija as almas, é verdadeiramente o Sangue de Jesus, que ao nos aproximarmos da Sagrada Mesa tingi-nos os lábios e circula pelas nossas veias. E como diz a santa oração do Missal Romano: “Sangue de Cristo inebriai-me”, inebriai-me do Vosso Amor. Vinde todos encontrar a fonte e o oceano infinito de Misericórdia. Vinde vós, filho que retorna (cf. Luc 15,20), vinde ao encontro marcado por Deus no Coração aberto de Seu Filho para receber novamente um abraço de Pai. Vinde pelo caminho vivo pelo qual, graças ao Seu Sangue, podemos entrar confiantes ao Santo dos Santos e chegar à presença de Deus (Hb 10,19-20).
     Que os Santos Anjos, espíritos puríssimos, símbolos da Luz divina, possam nos ajudar a colher cada gota deste Preciosíssimo Sangue, e assim, como disse São Paulo (cf. Col 1,24), completar em nós o que falta à Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo para o bem da Igreja e a Salvação do mundo.
Luiz Fernando Valadão



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