Esta foi a
ordem de Jesus: “Ide pelo mundo inteiro e anunciai a Boa Nova a toda criatura”
(Mc 16,15).
“Jesus Cristo, o grande
missionário do Pai, envia, pela força do Espírito Santo, seus discípulos em
constante atitude de missão. Quem se apaixona por Jesus Cristo deve igualmente
transbordar Jesus Cristo, no testemunho e no anúncio explícito de sua pessoa e
mensagem. A Igreja é indispensavelmente missionária, é missionária por
natureza. Existe para anunciar, por gestos e palavras, a pessoa e a mensagem de
Jesus Cristo. Em toda a sua história, a Igreja nunca deixou de ser missionária.
Se hoje partilhamos a experiência cristã, é porque alguém nos transmitiu a
beleza da fé, apresentou-nos Jesus Cristo, acolheu-nos na comunidade eclesial e
nos fascinou pelo serviço ao Reino de Deus” (Doc.94-CNBB).
Ao longo da história da salvação Deus quis
contar com pessoas concretas para a realização dos seus planos: Patriarcas,
José do Egito, Juizes, Reis, Profetas, Maria e José, os Apóstolos, os Setenta e
Dois Discípulos. Hoje, Ele quer contar conosco! Nossa grande missão é
Evangelizar, pois esta foi a ordem de Jesus: “Ide e anunciai o Evangelho a
todos os povos”. A Evangelização é
inseparável da vida de cada batizado! Como São Paulo devemos dizer: “Ai de
mim se eu não anunciar o Evangelho!” Portanto, Evangelizar é um Direito e um Dever nosso, porque somos batizados e fazemos parte de uma Igreja que é
essencialmente missionária.
Somos capazes de evangelizar por duas
razões principais:
a) É o próprio Cristo que nos envia em missão e
caminha conosco: “Como o Pai me enviou, assim também Eu vos envio”. “Estarei
convosco todos os dias até o fim dos tempos”.
b) O Espírito Santo nos foi dado, justamente, para
evangelizarmos: “O Espírito Santo descerá sobre vós e dele recebereis a força
para serdes minhas testemunhas em Jerusalém, em toda Judéia, na
Samaria e até os confins da terra”.
Para evangelizarmos com autoridade e
dignamente precisamos preencher algumas condições:
1º. Em
primeiro lugar precisamos fazer a
experiência pessoal do encontro com Jesus de Nazaré, para testemunhá-lo.
Foi assim com Madalena, com os Discípulos de Emaús, com os Apóstolos, com São
Paulo, com milhares de evangelizadores ao longo dos séculos e deverá ser assim
conosco também. Esta experiência pessoal e comunitária do encontro com Cristo é
possível, porque Ele se deixa encontrar por aqueles que o procuram com amor e
fé. Ele está presente na Eucaristia, no Necessitado, nas Sagradas Escrituras,
na Assembléia Litúrgica...
2º. O
evangelizador tem a firme convicção de que deve
imitar Jesus Cristo, Mestre e Modelo de todo evangelizador, o primeiro
missionário do Pai. “Ele não veio para ser servido, mas para servir e dar a
vida como resgate por todos”. Ele nos ensina que a evangelização passa pelo
serviço gratuito.
O evangelizador
tem a firme consciência de que para evangelizar precisa ser discípulo, ouvinte e praticante da Palavra. Só assim
vai evangelizar com autoridade, como Jesus, e não como os fariseus e mestres da
Lei, que ensinavam, mas não praticavam. Ele falava como ninguém! Entre sua
palavra e sua vida não havia diferença nenhuma.
3º. O
evangelizador está na comunidade para evangelizar, mas convicto de que deve ser evangelizado todos os dias, especialmente pelos pobres, como nos
lembra o Documento de Puebla. Mestre só existe um, que é Jesus, todos nós somos
discípulos, chamados a nos converter diariamente.
4º. O
evangelizador está consciente de que para
falar de Deus, antes de tudo, precisa falar com Ele, na oração,
especialmente na Leitura Orante da Bíblia, feita diariamente como a atitude do
discípulo fiel e na Adoração ao Santíssimo Sacramento, lembrando as palavras do
Beato João Paulo II: “A Adoração ao Santíssimo Sacramento é Fonte Inesgotável
de Santidade!” (Ecclesia de Eucharistia, 10)
5º. Para
evangelizarmos precisamos tomar consciência de que nossas palavras deverão ser acompanhadas pelo nosso testemunho de
vida. Nosso exemplo fala mais alto do que nossas palavras. O Papa Paulo VI
já dizia: “O mundo de hoje escuta com mais facilidade as testemunhas do os
mestres e, quando, escuta os mestres é porque são testemunhas também”. Dom
Helder Câmara dizia: “Cuidado com sua maneira de viver, porque seu modo de
viver será o único Evangelho que a maioria das pessoas irá ler!”
6º. Para
evangelizarmos precisamos ter uma grande
familiaridade com a Palavra de Deus como nos exorta São Paulo: “Que a
Palavra de Cristo habite em vós com toda a sua riqueza para que possais ensinar
e aconselhar uns aos outros com toda a
sabedoria” (Cl 3,16).
7º. O
discípulo não vive isolado. Ele deve
integrar-se na comunidade dos outros discípulos para aí cultivar a sua fé,
na oração, na Leitura Orante da Bíblia, na celebração dos sacramentos,
principalmente na Eucaristia e na solidariedade com os pobres.
8º. Como
testemunha do amor de Cristo, o
evangelizador trabalha na comunidade, para transformá-la através dos
valores do Evangelho, procurando ser Sal, Fermento e Luz.
Que
a nossa ação evangelizadora seja capaz de suscitar o fascínio por Jesus de
Nazaré e o compromisso pelo Reino e a sua justiça. Procuremos crescer sempre na
intimidade com o Senhor, na conformidade com a vontade do Pai, na abertura à
ação do Espírito Santo, na prática da justiça e do amor, e na busca constante
da santidade!
Pe.
Narcizo Pires Franco
Capelão
da Comunidade Sol de Deus
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