Há muitas
famílias vivendo na indiferença religiosa, mesmo católicas, não conseguem viver
publicamente a fé. Há certos pais que, sob pretexto de respeitar a liberdade
dos filhos, deixam toda a sua família completamente à margem da vida cristã,
como se isto não fosse essencial. Não frequentam uma comunidade cristã,
raramente participam de uma celebração dominical; conversam com os filhos a
respeito de tudo, menos da fé, da mensagem do Evangelho e de Jesus Cristo,
único Caminho para o Pai e para uma vida verdadeiramente feliz. Estamos diante
da família que exclui completamente a vida cristã de suas preocupações
fundamentais, e ao mesmo tempo está desejosa do bem dos filhos. Mas como
atingir este objetivo, deixando de fora a dimensão religiosa? A fé recebida no
Batismo precisa ser cultivada ao longo da nossa vida, e nada melhor do que
vivendo e participando da vida de uma comunidade cristã.
Estamos todos
convencidos de que a família que se diz cristã precisa colocar sinais de fé na
vida e no caminho dos filhos. Os filhos precisam perceber que seus pais são
amigos de Deus. Belas imagens de Cristo e de Maria, ou um pequeno oratório em
casa, podem ser sinais da busca de Deus. A leitura tranqüila e constante da
Bíblia, especialmente do Novo Testamento, pode fazer com que a família cresça
na vida cristã. A comemoração do Natal, da Páscoa e das festas religiosas, bem
como, a participação nas celebrações dominicais seriam outras maneiras
concretas de abrir o coração e a mente dos filhos para o belo universo da fé.
A
Evangelização, hoje, em nível de família, não deve consistir tanto na
transmissão de conhecimentos teóricos, mas, antes, no testemunho de vida, na
participação consciente e ativa dos pais. O Papa Paulo VI já dizia: “O mundo de
hoje escuta com mais facilidade as testemunhas do que os mestres e, quando,
escuta os mestres é porque são testemunhas também”.
Pelo
sacramento do matrimônio o casal é chamado a completar-se, a multiplicar-se e a
santificar-se. O casamento é uma caminhada em direção a Deus, e cada um é
chamado a ajudar na santificação do outro. E quando o casal cresce em santidade
terá condições de ajudar os filhos a crescerem nesta mesma direção. O caminho
para a família chegar à santidade é crescer como “Igreja Doméstica”, como “Pequena
Igreja”. Isto é, tudo o que acontece na “Grande Igreja”, deve acontecer também
na “Pequena Igreja”, que é a família de cada um. Aqui cabem algumas perguntas:
Nossa família já se tornou o lugar do encontro com Deus? Lugar de crescimento
no amor e na solidariedade em relação às famílias mais necessitadas? Lugar de
oração e da partilha da Palavra de Deus?
Os pais são os
primeiros responsáveis para que a família seja uma “Pequena Igreja”, porque são
os primeiros catequistas e evangelizadores dos seus filhos. O Beato João Paulo
II dizia: “A evangelização passa necessariamente pela família e, quando, a
família amadurece na fé e abraça o Evangelho, torna-se comunidade que
evangeliza”. São Paulo nos faz uma bela exortação: “Que a Palavra de Cristo
habite em vós com toda a sua riqueza, para que possais instruir e aconselhar
uns aos outros, com toda sabedoria” (Cl 3,16).
Para que a
família possa crescer como “Igreja Doméstica”, apresento um pequeno programa de
vida:
- Participação dominical da Celebração Eucarística;
- Identificar-se com a Palavra de Deus (acolher e praticar a Palavra);
- Oração diária (família que reza unida, permanece unida);
- Prática constante da caridade;
- Revisão periódica da vida conjugal, familiar e espiritual;
- Viver em comunidade, pois nela encontramos tudo o que precisamos para o cultivo da fé.
Um lembrete
final: Quanto mais os esposos se aproximam de Deus, mais irão se aproximar um
do outro! Faça a experiência e verá!
Pe. Narcizo Pires Franco
Capelão da Comunidade
Sol de Deus
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