9 de março de 2012

"Tu és pó e ao pó tornarás"

     Após a sua queda, nossos primeiros pais ouviram palavras muito fortes: "Tu és pó e ao pó tornarás" (Gn 3,19). Dessa forma Deus formulou a lei da passagem e da transitoriedade que se refere ao homem.
    Apenas a alma humana é imortal. Tudo o que é material passa, da mesma forma que passa a nossa vida terrena.
    O tempo não é retido e nós aqui na terra somos viajantes que devem peregrinar incessantemente à Pátria Celeste. O mundo em que vivemos e tudo que pela graça divina o homem construiu está sujeito à lei da passagem.
     O pobre em espírito conhece e aceita a verdade a respeito da transitoriedade das coisas deste mundo. Será possível possuir a água que escorre entre os nossos dedos? Ou valerá a pena sofrer tentando tomar posse de uma torrente de água que corre? Os nossos numerosos apegos ligam o nosso coração com o que é passageiro e passa como a água. Todas as preocupações, amarguras e decepções surgem do desejo da posse.
     Naturalmente, o nosso relacionamento com o mundo deve ser cheio de respeito, em razão de Deus que o criou, que sustenta a sua existência e nele está sempre presente. No entanto as coisas que nos cercam são como as paisagens que vemos na estrada _ foram criadas apenas para existirem por um tempo, a fim de que delas nos possamos utilizar para o cumprimento da vontade de Deus, para a edificação da nossa vontade com a Sua vontade.
    As coisas deste munda devem estar a serviço da nossa santificação.
    Por isso é preciso que as tratemos como instrumentos, que preservemos diante delas um adequado distanciamento _ o distanciamento da pobreza espiritual.
    De tudo devemos fazer uso de forma lícita, ou seja de acordo com a vontade de Deus. Tudo que Deus nos dá são apenas meios que servem para que possamos unir-nos com Ele mais profundamente. A fragilidade e a trasitoriedade das coisas deve lembrar-nos que longe de Deus elas não são nada, e o nosso relaciionamento com elas deve ser um relacionamento de um viajante que se encaminha para Deus.
    Também os nossos corpos são frágeis e estão sujeitos à lei da passagem. Podemos sentir isso na prática à medida que envelhecemos que perdemos as forças e a destreza física.
    mesmo o maior desvelo pela saúde _ embora seja coisas justa _ não tem condições de deter o processo do envelhecimento e da lenta deteriorização do corpo. Esse processo não é fácil de aceitar, no entanto oferece uam grande oportunidade para que, vendo que também os nossos corpos são aquilo que parece ficar para trás no caminho, cresççamos na atitude de pobreza espiritual e no sentimento da depenência de Deus.
    Graças a fraqueza física, sentimos mais plenamente o que significam as palavras "sem Mim nada podeis fazer" (Jo 15,5), e graças a isso poderemos aderir mais firmemente a Deus.

"Estou a porta e bato" _ Slawomir Biela

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