30 de março de 2012

O Mestre do impossível


Rezar é falar com Deus, rezar é louvar a Deus, rezar é dizer a Deus que o amamos; rezar é contemplar a Deus; rezar é ter espirito e coração ligados a Deus; rezar é chamar a Deus em nosso socorro; rezar é  pedir a Deus para nós e para todos os homens a santidade e a salvação... Ora, o amor tem o efeito necessário de dizer que se ama e de repeti-lo sob todas as formas, de louvar o que se ama sem fim e sem medida... Portanto a prece é inseparável do amor, a ponto de que nossas preces serão de alguma maneira, a medida do nosso amor...
    [...] Somos sensíveis, passivos, não resistamos contra as dores[...] Nas nossas preces não escondamos de Deus nossos sofrimentos [...] não temamos nos queixar, pelo contrário, mostremos de coração aberto, como filho a seu pai, como um coração amante que teve uma necessidade invencível de confiar tudo o que se sente ao ser apaixonadamente amado [...] e chamemos em nosso socorro;[...] o que é impossível aos homens é possível a Deus, a caridade tudo espera. Deus ama e pode tudo. Ele respeita a liberdade que deu ao homem, mas não proíbem os dons gratuitos de sua graça, e esta pode ser tão grande que derrube todos os obstáculos e faça suceder à tempestade uma grande calma Saibamos obter graças suficientemente poderosas daquele que disse; "Pedi e recebereis [...] quando estiverem dois ou três a rezarem ao Senhor, eu estarei entre vós.
    Nós te agradecemos, Senhor Jesus, por ter-nos feito conhecer a tua prece no Jardim das Oliveiras, em que Te mostras tão terrivelmente humano.
     [...] de joelhos começou a orar: "Pai, se quiseres, afasta de Mim este cálice; contudo, não seja feita a Minha vontade, mas a Tua!"[...] Entrando em agonia, Jesus orava com mais insistência. Seu suor tornou-se como gotas de sangue que caíam no chão ".
(Luc22,41-44)

Nessas palavras muitas vezes repetidas, tu nos dás, Senhor Jesus, o exemplo de toda prece, pois naquela noite, duas características são levadas ao seu paroxismo: teu pedido em meio ao sofrimento, tão insistente,como um grito, um pedido de socorro, e Tua aceitação da vontade do Pai, numa submissão tão total que renuncias até à realização do Teu próprio pedido, na aniquilação de todo o Teu ser pela acolhida filial do cálice da Paixão - verdadeira morte antes da morte...
"Deixar falar o coração, deixá-lo pedir a Deus com simplicidade da criança o que deseja, para si e para o próximo e acrescentando sempre esta palavra:"não a minha vontade, mas a Tua".

"15 dias de oração com Charles de Foucauld" - de Michel Lafon

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