É espantoso como ofendiam a Deus os pecados que se cometiam no carnaval antigamente.
Meu Deus, o que não será agora ?!

Santa Margarida Maria de Alacoque escreve entre 1687-1690: “ Certa vez , em tempo de Carnaval ... Ele (Jesus) se me apresentou após a santa comunhão na figura de um ECCE HOMO (“ eis aqui o homem ”, Jo 19,5), carregando sua Cruz , todo coberto de chagas e contusões . E brotando, de todo o seu corpo , seu Sangue adorável . Com uma voz dolorosamente triste , dizia: ‘ Não haverá ninguém que tenha piedade de Mim e queira compadecer-se e tomar parte em minha dor vendo o lastimoso estado em que Me põem os pecadores , sobretudo neste tempo de Carnaval ?”( Santa Margarida Maria, Autobiografia , capítulo 9)
Santa Gertrudes de Helfta, 1302: Durante os três dias do carnaval , Jesus procura descanso e consolo no coração de Gertrudes, pedindo-lhe preces , silêncio e penitência pela conversão dos mundanos . Também durante o carnaval em outro ano , Jesus lhe diz: “Se desejas aliviar minha dor , deves suportar uma dor e colocar-te à minha esquerda ”..." meu coração como figura visível do meu amor pelos homens . Agora dou minha Face como figura visível da minha dor pelos pecados da humanidade ... quero a comunhão reparadora na terça-feira do carnaval ”.
Santa Maria Cecília, +1929: Disse-lhe Jesus: “O mundo ofende-me (no carnaval ). Os religiosos esquecem-me... sua piedade é superficial ... seu amor , sem profundeza. Sou tão sensível a um amor desinteressado !” “Procuro amor . Sou tratado como um ser ausente ... Deixa-me dar-te todo o meu amor . Tenho necessidade de dar-me todo inteiro ”.
Irmã Benigna Consolata Ferrero: No Carnaval de 1916: Irmã Benigna vê o Coração de Jesus dilacerado e arrastado pela rua numa matilha de cães raivosos.
São Francisco de Sales dizia: “O carnaval: tempo de minhas dores e aflições”. Naqueles dias, esse santo fazia o retiro espiritual para reparar as graves desordens e o procedimento licencioso de tantos cristãos.
São Vicente Ferrer dizia: “O carnaval é um tempo infelicíssimo, no qual os cristãos cometem pecados sobre pecados, e correm à rédea solta para a perdição”.
O Servo de Deus, João de Foligno, dava ao carnaval o nome de: “Colheita do diabo”.
Santa Catarina de Sena, referindo-se ao carnaval, exclamava entre soluços: “Oh! Que tempo diabólico!”
Santo Afonso Maria de Ligório escreve: “Não é sem razão mística que a Igreja propõe hoje à nossa meditação, Jesus Cristo predizendo a sua dolorosa Paixão. Deseja a nossa boa Mãe que nós, seus filhos, nos unamos a ela na compaixão de seu divino Esposo, e o consolemos com os nossos obséquios; porquanto, os pecadores, nestes dias mais do que em outros tempos, lhe renovam os ultrajes descritos no Evangelho. Nestes tristes dias os cristãos, e quiçá entre eles alguns dos mais favorecidos, trairão, como Judas, o seu divino Mestre e o entregarão nas mãos do demônio.
Eles o trairão, já não às ocultas, senão nas praças e vias públicas, fazendo ostentação de sua traição! Eles o trairão, não por trinta dinheiros, mas por coisas mais vis ainda: pela satisfação de uma paixão, por um torpe prazer e por um divertimento momentâneo. Uma das baixezas mais infames que Jesus Cristo sofreu em sua Paixão, foi que os soldados lhe vendaram os olhos e, como se ele nada visse, o cobriram de escarros, e lhe deram bofetadas, dizendo: Profetiza agora, Cristo, quem te bateu?
Ah, meu Senhor! Quantas vezes esses mesmos ignominiosos tormentos não Vos são de novo infligidos nestes dias de extravagância diabólica? Pessoas que se cobrem o rosto com uma máscara, como se Deus assim não pudesse reconhecê-las, não têm vergonha de vomitar em qualquer parte palavras obscenas, cantigas licenciosas, até blasfêmias execráveis contra o Santo Nome de Deus. Sim, pois se, segundo a palavra do Apóstolo, cada pecado é uma renovação da crucifixão do Filho de Deus. Nestes dias Jesus será crucificado centenas e milhares de vezes” (Meditações).
Santa Teresa dos Andes escreve: “Nestes três dias de carnaval tivemos o Santíssimo exposto desde a uma, mais ou menos, até pouco antes das 6 h. São dias de festa e ao mesmo tempo de tristeza. Podemos fazer tão pouco para reparar tanto pecado...” (Carta 162).
Só podemos dizer que o carnaval não é um tempo para brincadeiras e diversão, mas é realmente a Festa de Satanás. Conta-se que, em represália aos excessos do carnaval florentino, organizou Savonarola em 1496 uma procissão de 10.000 jovens, que desfilou pelas ruas principais da cidade cantando hinos religiosos de penitência. Chegando a uma praça, onde se erguera uma grande pirâmide de livros maus, recolhidos com antecedência, a um sinal dado, colocaram-lhes fogo.
Ao mesmo tempo soavam as trombetas da “Signoria”, repicavam os sinos de São Marcos e a multidão prorrompia em aclamações. Encerrou-se a função com uma missa solene no meio da praça, onde foi erguido um grande Crucifixo.
Já imaginou que aconteceria se hoje algum Bispo ou algum Padre organizasse algo semelhante? Quantos jovens desfilariam pelas ruas cantando hinos religiosos de penitência? Há quem julga que seriam muitos!
Santo Afonso Maria de Ligório e o carnaval: “... é Jesus Cristo especialmente nestes dias de carnaval deixado sozinho pelos homens ingratos e como que reduzido à extrema penúria. Se um só pecado, como dizem as Escrituras, já desonra a Deus, o injuria e o despreza, imagina quanto o divino Redentor deve ficar aflito neste tempo em que são cometidos milhares de pecados de toda a espécie, por toda a condição de pessoas, e quiçá por pessoas que lhe estão consagradas.
Jesus Cristo não é mais suscetível de dor; mas, se ainda pudesse sofrer, havia de morrer nestes dias desgraçados e havia de morrer tantas vezes quantas são as ofensas que lhe são feitas.
É por isso que os santos, a fim de desagravarem o Senhor de tantos ultrajes, aplicavam-se no tempo de carnaval, de modo especial, ao recolhimento, à penitência, à oração, e multiplicavam os atos de amor, de adoração e de louvor para com o seu Bem-Amado. No tempo do carnaval, Santa Maria Madalena de Pazzi passava as noites inteiras diante do Santíssimo Sacramento, oferecendo a Deus o Sangue de Jesus Cristo pelos pobres pecadores.
O Bem-aventurado Henrique Suso guardava um jejum rigoroso a fim de expiar as intemperanças cometidas.
São Carlos Borromeu castigava o seu corpo com disciplinas e penitências extraordinárias. Tendo conhecimento que algumas pessoas por ele dirigidas, que se relaxavam um pouco nos dias de carnaval, ele as repreendia com brandura e as exortava à comunhão freqüente.
Numa palavra, todos os santos, porque amaram a Jesus Cristo, esforçaram-se por santificar o mais possível o tempo de carnaval. Então, se amas também este Redentor amabilíssimo, procure imitar os santos. Se não podes fazer mais, procura ao menos ficar, mais do que em outras ocasiões, recolhido em sua casa, com leituras e estudos de algum ponto da doutrina católica e em espírito de reparação às muitas ofensas que Lhe são feitas.
O meio para adquirires um tesouro imenso de méritos e obteres do céu as graças mais assinaladas, é seres fiel a Jesus Cristo e fazer-lhe companhia neste tempo em que é mais abandonado pelo mundo. Como Jesus agradece e retribui as orações e os obséquios que nestes dias de carnaval lhe são oferecidos pelas suas almas prediletas!”
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