À dor seguiu-se a alegria luminosa da Ressurreição. Que fundamento tão claro e tão firme a nossa fé! Não deveríamos continuar duvidando. Mas, talvez ainda sejamos fracos, como os Apóstolos, e perguntemos a Cristo neste dia da Ascensão: É agora que Vais restaurar o Reino de Israel?; é agora que vão desaparecer definitivamente todas as nossas complexidades e todas as nossas misérias?
O Senhor responde-nos, subindo aos Céus. Tal como os Apóstolos, ficamos meio admirados, meio tristes ao ver que nos deixa. Na realidade não é fácil acostumarmo-nos à ausência física de Jesus. Comove-me recordar que Jesus, num gesto magnífico de amor, foi-se embora e ficou; foi para o Céu e entrega-se a nós como alimento na Hóstia Santa. Sentimos no entanto, a falta da Sua palavra humana, da Sua forma de atuar, de olhar,, de sorrir, de fazer o bem. Gostaríamos de voltar a vê-Lo de perto, quando se senta à beira do poço, cansado da dura caminhada, quando chora por Lázaro, quando Se recolhe em prolongada oração, quando se compadece da multidão.
Sempre pareceu lógico - e me cumulou de alegria _ que a Santíssima Humanidade de Jesus subisse à glória do Pai.Mas penso também que esta tristeza própria do dia da Ascensão, é a manifestação do amor que sentimos por Jesus, Senhor Nosso. Sendo perfeito Deus, Ele se fez homem, carne de nossa carne da nossa carne e sangue de nosso sangue. E separa-Se de nós, indo para o Céu. Como não haveríamos de notar a Sua falta?
"É Cristo que passa" de São Josemaria Escrivá
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