5 de outubro de 2012

A nossa Missão é Evangelizar




Esta foi a ordem de Jesus: “Ide pelo mundo inteiro e anunciai a Boa Nova a toda criatura” (Mc 16,15).
“Jesus Cristo, o grande missionário do Pai, envia, pela força do Espírito Santo, seus discípulos em constante atitude de missão. Quem se apaixona por Jesus Cristo deve igualmente transbordar Jesus Cristo, no testemunho e no anúncio explícito de sua pessoa e mensagem. A Igreja é indispensavelmente missionária, é missionária por natureza. Existe para anunciar, por gestos e palavras, a pessoa e a mensagem de Jesus Cristo. Em toda a sua história, a Igreja nunca deixou de ser missionária. Se hoje partilhamos a experiência cristã, é porque alguém nos transmitiu a beleza da fé, apresentou-nos Jesus Cristo, acolheu-nos na comunidade eclesial e nos fascinou pelo serviço ao Reino de Deus” (Doc.94-CNBB).
 Ao longo da história da salvação Deus quis contar com pessoas concretas para a realização dos seus planos: Patriarcas, José do Egito, Juizes, Reis, Profetas, Maria e José, os Apóstolos, os Setenta e Dois Discípulos. Hoje, Ele quer contar conosco! Nossa grande missão é Evangelizar, pois esta foi a ordem de Jesus: “Ide e anunciai o Evangelho a todos os povos”. A Evangelização é inseparável da vida de cada batizado! Como São Paulo devemos dizer: “Ai de mim se eu não anunciar o Evangelho!” Portanto, Evangelizar é um Direito e um Dever nosso, porque somos batizados e fazemos parte de uma Igreja que é essencialmente missionária.
Somos capazes de evangelizar por duas razões principais:
a) É o próprio Cristo que nos envia em missão e caminha conosco: “Como o Pai me enviou, assim também Eu vos envio”. “Estarei convosco todos os dias até o fim dos tempos”.
b) O Espírito Santo nos foi dado, justamente, para evangelizarmos: “O Espírito Santo descerá sobre vós e dele recebereis a força para serdes minhas testemunhas em Jerusalém, em toda Judéia, na Samaria e até os confins da terra”.
Para evangelizarmos com autoridade e dignamente precisamos preencher algumas condições:
1º.   Em primeiro lugar precisamos fazer a experiência pessoal do encontro com Jesus de Nazaré, para testemunhá-lo. Foi assim com Madalena, com os Discípulos de Emaús, com os Apóstolos, com São Paulo, com milhares de evangelizadores ao longo dos séculos e deverá ser assim conosco também. Esta experiência pessoal e comunitária do encontro com Cristo é possível, porque Ele se deixa encontrar por aqueles que o procuram com amor e fé. Ele está presente na Eucaristia, no Necessitado, nas Sagradas Escrituras, na Assembléia Litúrgica...
2º.   O evangelizador tem a firme convicção de que deve imitar Jesus Cristo, Mestre e Modelo de todo evangelizador, o primeiro missionário do Pai. “Ele não veio para ser servido, mas para servir e dar a vida como resgate por todos”. Ele nos ensina que a evangelização passa pelo serviço gratuito.
O evangelizador tem a firme consciência de que para evangelizar precisa ser discípulo, ouvinte e praticante da Palavra. Só assim vai evangelizar com autoridade, como Jesus, e não como os fariseus e mestres da Lei, que ensinavam, mas não praticavam. Ele falava como ninguém! Entre sua palavra e sua vida não havia diferença nenhuma.
3º.   O evangelizador está na comunidade para evangelizar, mas convicto de que deve ser evangelizado todos os dias, especialmente pelos pobres, como nos lembra o Documento de Puebla. Mestre só existe um, que é Jesus, todos nós somos discípulos, chamados a nos converter diariamente.
4º.   O evangelizador está consciente de que para falar de Deus, antes de tudo, precisa falar com Ele, na oração, especialmente na Leitura Orante da Bíblia, feita diariamente como a atitude do discípulo fiel e na Adoração ao Santíssimo Sacramento, lembrando as palavras do Beato João Paulo II: “A Adoração ao Santíssimo Sacramento é Fonte Inesgotável de Santidade!” (Ecclesia de Eucharistia, 10)
5º.   Para evangelizarmos precisamos tomar consciência de que nossas palavras deverão ser acompanhadas pelo nosso testemunho de vida. Nosso exemplo fala mais alto do que nossas palavras. O Papa Paulo VI já dizia: “O mundo de hoje escuta com mais facilidade as testemunhas do os mestres e, quando, escuta os mestres é porque são testemunhas também”. Dom Helder Câmara dizia: “Cuidado com sua maneira de viver, porque seu modo de viver será o único Evangelho que a maioria das pessoas irá ler!”
6º.   Para evangelizarmos precisamos ter uma grande familiaridade com a Palavra de Deus como nos exorta São Paulo: “Que a Palavra de Cristo habite em vós com toda a sua riqueza para que possais ensinar e aconselhar uns aos outros com  toda a sabedoria” (Cl 3,16).
7º.   O discípulo não vive isolado. Ele deve integrar-se na comunidade dos outros discípulos para aí cultivar a sua fé, na oração, na Leitura Orante da Bíblia, na celebração dos sacramentos, principalmente na Eucaristia e na solidariedade com os pobres.
8º.   Como testemunha do amor de Cristo, o evangelizador trabalha na comunidade, para transformá-la através dos valores do Evangelho, procurando ser Sal, Fermento e Luz.
Que a nossa ação evangelizadora seja capaz de suscitar o fascínio por Jesus de Nazaré e o compromisso pelo Reino e a sua justiça. Procuremos crescer sempre na intimidade com o Senhor, na conformidade com a vontade do Pai, na abertura à ação do Espírito Santo, na prática da justiça e do amor, e na busca constante da santidade!
Pe. Narcizo Pires Franco
Capelão da Comunidade Sol de Deus

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