17 de abril de 2012

Páscoa, o Amor venceu a Morte



A Páscoa, memória atual da paixão, morte e ressurreição do Senhor, é a celebração central do Ano Litúrgico. O seu núcleo provém dos tempos da Igreja apostólica e está enraizado na Páscoa hebraica. Ao longo dos séculos, a festa recebeu sempre maior destaque com um tempo de preparação (quaresma) e cinqüenta dias de vivência da alegria pascal, até Pentecostes.
Pelo mistério pascal, (paixão, morte e ressurreição) o Pai sela a nova e eterna aliança e gera um novo povo que tem por fundamento seu amor gratuito de Pai que salva. Neste clima espiritual, a Liturgia nos chama a viver este tempo com alegria e renovada esperança e, através da Palavra e das orações, abre para nós, discípulos e missionários do Ressuscitado, horizontes novos de vida em plenitude.
A morte já não tem a última palavra. Cristo Ressuscitou! E a sua ressurreição é certeza e garantia da nossa ressurreição.
A Palavra de Deus nos ensina, especialmente neste Tempo Pascal, que não basta acreditar na Ressurreição, mas é preciso ser testemunha, como Maria Madalena, os Apóstolos, os Discípulos de Emaús, São Paulo e tantos evangelizadores, ao longo dos séculos.
Assim foi o testemunho de Pedro: “Nós somos testemunhas de tudo o que Jesus fez na terra dos judeus e em Jerusalém. Eles o mataram, pregando-o numa cruz, mas Deus o ressuscitou no terceiro dia” (At 10, 39).
São Paulo dá o seu testemunho: “Irmãos se ressuscitastes com Cristo aspirai as coisas do alto e não as coisas terrestres” (Cl 3, 1 - 4).
Antes de voltar para a casa do Pai, Jesus nos deu a garantia de que estaria sempre conosco: “Eu estarei com vocês todos os dias até o fim dos tempos” (Mt 28, 20).
Quais os lugares privilegiados onde o Cristo Ressuscitado se deixa encontrar, hoje?
·         Ele está presente quando nos reunimos em seu nome: “Onde dois ou mais estiverem reunidos em meu nome, eu estarei no meio deles” (Mt 18,20);
·         Ele se deixa encontrar nas Sagradas Escrituras: “Um dos discípulos disse ao outro: Não estava o nosso coração ardendo quando Ele nos falava pelo caminho e nos explicava as Escrituras?” (Lc 24,32);
·         Ele se deixa encontrar, de um modo muito privilegiado, na Eucaristia: “Quando Jesus se sentou à mesa com eles, tomou o pão, abençou-o, partiu e lhes distribuiu. Nisso os olhos dos discípulos se abriram e eles reconheceram Jesus” (Lc 24,30-31). Acreditamos que em cada celebração Eucarística Ele prepara um banquete para nós e fica à nossa espera. O encontro com Ele só não acontece quando não comparecemos.
Assim que os discípulos de Emaús reconheceram Jesus, Ele desapareceu, mas eles não ficaram tristes. Agora, a sua presença física não é mais necessária, porque Ele continua vivo e presente em nosso meio de diversas maneiras, como acabamos de ver. Mas, Ele está presente de um modo muito especial em cada ser humano, sobretudo no necessitado, pois Ele quis identificar-se com cada um deles: “Todas as vezes que fizestes isto ao menos dos meus irmãos, foi a mim que o fizestes” (Mt 25, 31s).
Acreditamos que é possível fazer a experiência do encontro com o Ressuscitado, porque Ele se deixa encontrar por aqueles que O procuram com amor e fé.
A experiência do encontro com o Ressuscitado impulsionou os Apóstolos a evangelizar com coragem e entusiasmo, mesmo sendo perseguidos. Façamos também esta experiência pessoal e comunitária do encontro com o Senhor para que possamos ser solidários com Ele no anúncio do Evangelho, onde quer que estejamos. Nunca podemos nos esquecer que Evangelizar é inseparável da vida de cada batizado, pois fazemos parte de uma Igreja que é missionária por natureza!
Feliz Páscoa para você e toda a sua família!

Pe. Narcizo Pires Franco
Capelão da Comunidade Sol de Deus

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