A Páscoa,
memória atual da paixão, morte e ressurreição do Senhor, é a celebração central
do Ano Litúrgico. O seu núcleo provém dos tempos da Igreja apostólica e está
enraizado na Páscoa hebraica. Ao longo dos séculos, a festa recebeu sempre
maior destaque com um tempo de preparação (quaresma) e cinqüenta dias de
vivência da alegria pascal, até Pentecostes.
Pelo mistério
pascal, (paixão, morte e ressurreição) o Pai sela a nova e eterna aliança e
gera um novo povo que tem por fundamento seu amor gratuito de Pai que salva.
Neste clima espiritual, a Liturgia nos chama a viver este tempo com alegria e
renovada esperança e, através da Palavra e das orações, abre para nós,
discípulos e missionários do Ressuscitado, horizontes novos de vida em
plenitude.
A morte já não
tem a última palavra. Cristo Ressuscitou! E a sua ressurreição é certeza e
garantia da nossa ressurreição.
A Palavra de
Deus nos ensina, especialmente neste Tempo Pascal, que não basta acreditar na
Ressurreição, mas é preciso ser testemunha, como Maria Madalena, os Apóstolos,
os Discípulos de Emaús, São Paulo e tantos evangelizadores, ao longo dos
séculos.
Assim foi o
testemunho de Pedro: “Nós somos testemunhas de tudo o que Jesus fez na terra
dos judeus e em Jerusalém. Eles o mataram, pregando-o numa cruz, mas Deus o
ressuscitou no terceiro dia” (At 10, 39).
São Paulo dá o
seu testemunho: “Irmãos se ressuscitastes com Cristo aspirai as coisas do alto
e não as coisas terrestres” (Cl 3, 1 - 4).
Antes de
voltar para a casa do Pai, Jesus nos deu a garantia de que estaria sempre
conosco: “Eu estarei com vocês todos os dias até o fim dos tempos” (Mt 28, 20).
Quais os
lugares privilegiados onde o Cristo Ressuscitado se deixa encontrar, hoje?
·
Ele está presente quando nos reunimos em seu
nome: “Onde dois ou mais estiverem reunidos em meu nome, eu estarei no meio
deles” (Mt 18,20);
·
Ele se deixa encontrar nas Sagradas Escrituras:
“Um dos discípulos disse ao outro: Não estava o nosso coração ardendo quando
Ele nos falava pelo caminho e nos explicava as Escrituras?” (Lc 24,32);
·
Ele se deixa encontrar, de um modo muito
privilegiado, na Eucaristia: “Quando Jesus se sentou à mesa com eles, tomou o
pão, abençou-o, partiu e lhes distribuiu. Nisso os olhos dos discípulos se
abriram e eles reconheceram Jesus” (Lc 24,30-31). Acreditamos que em cada
celebração Eucarística Ele prepara um banquete para nós e fica à nossa espera.
O encontro com Ele só não acontece quando não comparecemos.
Assim que os
discípulos de Emaús reconheceram Jesus, Ele desapareceu, mas eles não ficaram
tristes. Agora, a sua presença física não é mais necessária, porque Ele
continua vivo e presente em nosso meio de diversas maneiras, como acabamos de
ver. Mas, Ele está presente de um modo muito especial em cada ser humano, sobretudo
no necessitado, pois Ele quis identificar-se com cada um deles: “Todas as vezes
que fizestes isto ao menos dos meus irmãos, foi a mim que o fizestes” (Mt 25,
31s).
Acreditamos
que é possível fazer a experiência do encontro com o Ressuscitado, porque Ele
se deixa encontrar por aqueles que O procuram com amor e fé.
A experiência
do encontro com o Ressuscitado impulsionou os Apóstolos a evangelizar com
coragem e entusiasmo, mesmo sendo perseguidos. Façamos também esta experiência
pessoal e comunitária do encontro com o Senhor para que possamos ser solidários
com Ele no anúncio do Evangelho, onde quer que estejamos. Nunca podemos nos
esquecer que Evangelizar é inseparável da vida de cada batizado, pois fazemos
parte de uma Igreja que é missionária por natureza!
Feliz Páscoa
para você e toda a sua família!
Pe. Narcizo Pires
Franco
Capelão da Comunidade
Sol de Deus
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